terça-feira, 2 de março de 2010

Se não era amor

Ela me disse que o amor configura um ser aberto ao outro ser, ao interesse, ao cuidado, ao zelo. E que talvez aquilo que ele sentia por mim simplesmente não fosse amor. Talvez outra coisa confusa, como paixão. Porque na paixão você não mede sua razão, não delimita sua devoção, não pensa antes de fazer. E eu sempre notei que ele nunca perguntava sobre mim. Nunca queria saber sobre minha vida, sobre coisas que fiz, sobre o que estudei, sobre os lugares que conheci, sobre quem eu era. Ele simplesmente olhava para mim e dizia "eu te amo demais", ou "eu te amo mais do que tudo". Mas talvez o amor, de fato, nunca tenha existido. Era um outro sentimento, algo extremamente intenso e superficial. Sem profundidade. Ele me disse, poucos dias antes de ir embora "você percebe o quanto sou apaixonado por você?" e em seguida, disse com a voz limpa pelo telefone "eu estou completamente apaixonado pelos finais de semana que passo sozinho, sem você".

Acho que o desamor não aconteceu do dia para a noite, porque o amor nunca aconteceu. Não tinha amor ali. Não tinha nada que pudesse ser configurado dessa forma. Mas eu acreditava que aquele era o amor mais lindo e profundo do mundo. E por isso dói tanto agora. Porque penso que era amor o que ele sentia por mim. E nada pode doer mais do que deixar de ser amada pela pessoa que mais importava na sua vida.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Eu adorava o fato de ter um homem que não era metido a "profundo". O problema é que o tempo mostrou uma superficialidade atróz.